A História dos
Videogames - Parte 32
DEZEMBRO DE 1993
- A ATARI RETORNA AO CENÁRIO GAMÍSTICO COM O
PRIMEIRO CONSOLE DE "64 BITS" DA
HISTÓRIA
Cansada de ver os
concorrentes dominando o mercado de jogos, a Atari
resolveu investir seu dinheiro em um novo e
ambicioso projeto em 1989, logo após o falecido 7800
ter sido definitivamente enterrado. O videogame
resultante desta iniciativa ficou conhecido
por Panther, e tinha como
objetivo destronar o Super Nintendo e Genesis
com seu rápido processamento em 32 bits. O Panther
era baseado no computador Atari ST, e foram
construídos poucos protótipos funcionais (e 3 jogos teriam sido escritos para ele). Abaixo,
veja a placa mãe de um Panther doado ao site Homecomputer.de.
Mas os planos da
Atari mudaram, e no final dos 3 anos de
desenvolvimento do Panther, o seu hardware
já tinha se tornado obsoleto. A concorrência emergente do 3DO
e a iminência dos novos consoles da Sega, Nintendo e
Sony também não ajudaram a empresa, que tinha um
abacaxi nas mãos. O jeito foi remendar, e
aproveitando alguns pedaços do projeto do Panther,
e juntando-se à desenvolvedora Flare 2, o console
ganhou mais 2 processadores e polêmicos 32 bits
extras, passando a se chamar Jaguar.
Lançado no final de 1993 nos EUA por US$ 250, o Jaguar
se auto intitulava como sendo o primeiro console
de 64 bits da história, e seu hardware era
fabricado pela IBM americana.
|
O nome
agressivo, belo logotipo e design do
console, contrastavam
com o desajeitado e pouco funcional
(apesar dos inúmeros botões)
controle.
|
Mas a velha e
querida Atari já não era mais a mesma. Os anos
fora do mercado, o mau relacionamento com as
melhores produtoras, a falta de suporte japonês e a pressa em lançar títulos para o Jaguar
fez com que o console tivesse uma das piores
bibliotecas gamísticas de todos os tempos (com
exceção de algumas conversões de clássicos de outros
formatos).
Logo,
logo, a mística dos 64 bits desapareceu, e o
departamento de marketing da Atari se esforçava
para não queimar ainda mais o filme da companhia. O Jaguar
parecia um console de 16 bits turbinado, e seus
jogos não tinham sequer 1/10 da jogabilidade
encontrada no Super Nintendo e Genesis...
|
|
Alien Vs
Predator foi um dos títulos originais do
Jaguar que realmente prestavam. |
Cybermorph
acompanhou o console no seu
lançamento, e era bonitinho mas
ordinário... |
|
|
Atari Karts
foi uma tentativa frustrada de repetir o
sucesso
de Mario Kart, lançado para o SNES em
1992. |
Rayman
foi feito sob medida para o Jaguar, graças
à
palheta de 16.7 milhões de cores do console. |
|
|
O
clássico Cannon Fodder, da era
AMIGA. |
E
o belo jogo de nave Crescent Galaxy. |
|
|
Bubsy
2, o gatinho da Accolade. |
E
Theme Park, da Bullfrog. |
|
|
Super
Breakout 2000, versão Jaguar do velho
jogo. |
Syndicate,
outro clássico do computador AMIGA. |
|
|
Defender
2000 e... |
Tempest
2000, dois dos melhores jogos para o Atari. |
|
|
Doom
também teve conversão para o
Jaguar. |
Assim
como Flashback, da Delphine
Software. |
|
|
Fight
for Life, uma cópia descarada de Virtua
Fighter. |
E
Ultra Vortek, plagiando Mortal Kombat. |
|
|
Power
Drive Rally, uma corridinha bacana. |
E
Supercross 3D, um motocross básico. |
|
|
Missile
Command 3D. |
Fever
Pitch era uma das opções em esporte
bretão. |
Um cabo para "linkar"
vários consoles, um cartão de memória e vários
tipos de controles foram lançados para o Jaguar,
mas o periférico mais famoso é o Jaguar
CD, feito sob medida para combater os
concorrentes de 32 bits da Sega e Sony. O Jaguar
CD foi uma tentativa desesperada de
reverter a péssima imagem do console no mercado.
|
|
Eis
o periférico para linkar Jaguares,
que
permitia jogatinha multiplayer em rede.
Poucos
softwares, entretanto, foram compatíveis
com
o Jag Link.
|
Responda
rápido, com que essa imagem se
parece ? Um vaso sanitário é a melhor opção...
Parece que os designers da Atari
exageraram
um pouquinho no design Jaguar CD.
|
Poucos jogos foram
lançados para o Jaguar CD
(aproximadamente 15), pois logo depois do periférico
aparecer no mercado, a Atari foi dissolvida. Veja
alguns destaques:
Bem, e assim,
repentinamente, terminou a história do Jaguar. O
videogame tinha boas qualidades técnicas para a
época, mas mais uma vez a falta de suporte
externo fez com que suas garras afiadas não
servissem para nada, a não ser cortar a si
próprio. Segundo analistas, a péssima
administração da família Tramiel foi a grande
responsável por mais este fracasso da Atari.
Em 1996, a Atari foi vendida para a empresa JTS, e
desde essa época, os fãs da marca foram deixados
na mão. A Atari do século XXI é francesa,
e não americana, pois em 2000, a
Infogrames passou a ser dona da poderosa marca
criada na década de 70, e pretende mudar
gradativamente seu nome para Atari nos próximos
meses. Inclusive, jogos para as principais
plataformas do mercado estão sendo preparados
para breve, utilizando o inesquecível logotipo e
carisma da companhia que começou, há 30 anos, o
bilionário mercado de jogos eletrônicos.
A sexta geração
dos consoles, encabeçada pelo Jaguar e 3DO,
foi a pior da história, e marcada pelo sensacionalismo e
marketing desonesto dos fabricantes. Entretanto,
isso serviu de
lição para que os futuros lançamentos da Sega,
Nintendo e Sony restaurassem o prestígio perdido.
*
Semana que vem conheceremos mais sobre o Sega
Saturn, o fracassado 32 bits da Sega, e o campeão
de vendas Sony Playstation.
|