A História dos
Videogames - Parte 15 - Adendo Especial
1985 - O PADRÃO MSX 2.0 CHEGA AO MERCADO
Insatisfeito com a
qualidade gráfica apresentada pelo MSX,
principalmente pelo avanço da concorrência, o
consórcio de empresas detentor do padrão
apresentou em 1985 o MSX 2.0, uma grande
evolução do computador, mas que ainda era
baseado no processador Z-80 de 8 bits.
A
diferença é que no MSX 2.0 se tinha mais
RAM (64 KB, no mínimo), VRAM (pelo menos 64 KB),
um relógio interno em tempo real e uma Sub-Rom de
16 KB (além da Bios de 32 KB). Além disso, a
placa de vídeo utilizada seria um modelo superior
da Yamaha, a nova V9938, capaz de mostrar até 256
cores simultâneas. O sistema operacional sofreu um
upgrade para o MSX Basic V2.0, mas é claro, o
computador ainda era compatível com todos os
softwares do MSX antigo.
 
À
esquerda, vemos um Sony HBF 700, um dos mais bem
sucedidos computadores baseados no padrão MSX
2.0. Na outra, foto, vemos um modelo superior da
Sony, sendo utilizado... na estação espacial
russa Mir! A Rússia foi um dos países que mais
adotaram o MSX para fins educacionais e pesquisas
científicas.
Apesar
de seu poder gráfico ter sido bem utilizado para
"coisas sérias", foram os jogos que
novamente fizeram a popularidade do MSX 2.0.
E que jogos! Mais uma vez, a Konami foi a
principal softhouse da plataforma:
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King's
Valley 2, a continuação do
clássico. |
Vampire
Killer, que veio a se tornar o famoso
Castlevania, anos mais tarde. |
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Metal
Gear, o primeiro episódio de uma das
séries de maior sucesso atualmente, foi
lançado em 1987 para o MSX 2.0, feito por
Hideo Kojima. |
Metal
Gear 2: Solid Snake saiu em 1990,
sendo a continuação do clássico de
1987. Ambos os jogos foram convertidos
para outras plataformas. |
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Pentaro
Odyssey, um jogo de plataforma com o
famoso pingüim da Konami, produzido por
uma softhouse espanhola. |
Aleste,
mais um dos grandes jogos de tiro do
computador, produzido pela Compile. |
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Gryzor,
o primeiro Contra lançado pela Konami? |
Space
Manbow, mais um jogo de tiro bacana pacas. |
A
Microsoft abandonou o desenvolvimento de software
para a plataforma MSX em 1986, e a Ascii
resolveu tocar o projeto sozinha, focalizando os
seus esforços no Japão. Em 1988 surgia o MSX
2.0+, uma evolução baseada no processador
Z-80, mais memória e uma nova placa de vídeo, a
Yamaha V9958. Em 1990, a Panasonic decidiu lançar
sozinha o primeiro MSX de 16 bits, o Turbo
R, com o processador R800. Mas de nada
adiantou, pois o computador acabou morrendo 2 anos
depois em virtude da forte concorrência dos PCs,
já bastante populares na época, e os novos
consoles, liderados pelo Nintendo Super Famicom
e Sega Mega Drive.
 
Eis os MSX Turbo R, da Panasonic. O computador
à direita foi o último MSX a ser vendido
no mercado mundial.
Excelentes
jogos também foram produzidos para os findados
formatos, e até hoje, existe uma comunidade MSX
bastante atuante no Brasil e no mundo. Em 1998,
por exemplo, Sonyc (isto mesmo, com "y",
para evitar processos da Sega) foi lançado para a
plataforma!
 
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* O
MSX foi, sem sombra de dúvidas, a plataforma mais
popular para jogos no Brasil na década de 80.
Como ainda imperava a lei de reserva de mercado,
que proibia a importação de computadores para
cá, os fabricantes nacionais decidiram lançar e
marketear o MSX por aqui como sendo um videogame.
Para isso, a Gradiente, por exemplo, produzia
o Expert em Manaus sem o teclado, com 2 slots para
cartuchos e 2 joysticks (alguma semelhança com o
videogame é mera malandragem mesmo). Quando
chegava em São Paulo, era adicionado o teclado e
voilá, estava aí um computador prontinho para
ser utilizado.
** Era
muito comum nos anos 80 ver grandes cadeias de
lojas vendendo jogos piratas do MSX. No Carrefour,
por exemplo, comprava-se jogos a rodo em cartuchos
ou fitas-cassete.
***
Existiram dezenas de invenções tipicamente
nacionais para o MSX, desenvolvidas principalmente
pelo guru do hardware Ademir Carchano. O Kit que
transformava o seu MSX para 2.0 e a Megaram são
exemplos concretos do poder criativo brasileiro.

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Agradecemos a Marcelo Eiras, Ricardo Jurczyk
Pinheiro, Italo Valerio e a todos os fanáticos
pela plataforma no Brasil por terem colaborado com
esta matéria. Para quem quiser saber mais sobre o
MSX, recomendamos a visita aos sites abaixo:
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