A História dos Videogames - Parte 12


AGOSTO DE 1982 - O COLECOVISION É LANÇADO, E SURGE A TERCEIRA GERAÇÃO DE VIDEOGAMES

O que acontece quando uma companhia que produzia couro - a Conneticut Leather Company - e que quase foi a falência nos anos 70, resolve produzir um videogame? Simples, ela lançou o primeiro console que conseguiu a façanha de derrubar o poderoso Atari 2600, e que tinha o melhor hardware em sua geração.Muitos atribuem o título de "melhor console de todos os tempos" ao ColecoVision, devido aos excelentes gráficos para a época, e à seleção de jogos de altíssima qualidade e jogabilidade. Lançado por US$ 175 em 1982, o ColecoVision chacoalhou o domínio da empresa fundada por Nolan Bushnell, apesar de custar US$ 75 a mais que o Atari 2600

Este é o ColecoVision, console que foi capaz de derrubar o Atari 2600 e Mattel Intellivision no início dos anos 80.

O apelo de vendas do ColecoVision eram os jogos de arcades, convertidos perfeitamente para o poderoso console. Donkey Kong, primeiro jogo feito pelo atual guru da Nintendo (Shigeru Miyamoto), era o "pack in" do console; e ajudou-o a vender mais de 1 milhão de unidades no primeiro ano de vida. O ColecoVision, a partir de 1983, passou a ser mais vendido do que o Atari 2600 e o Mattel Intellivision, e ganhou toda a atenção da indústria de software. Ele só perdia em número de jogos para o Atari 2600... 

Alguém reconhece o personagem principal deste
jogo? Sim, é a primeira versão do bigodudo Mario
em um console caseiro, que estreou em Donkey
Kong para o ColecoVision.
Quem não se lembra do Frenesi que Decatlhon 
causou no Atari 2600? Pois é, a versão para o 
ColecoVision era bem superior graficamente, mas
mantinha a mesma jogabilidade consagrada.  
Choplifter, o clássico arcade de tiro e resgate. Defender, em sua ótima versão para o Coleco.
Front Line, um clássico dos arcades.  E Galaxian, outro nome de peso dos fliperamas.
A versão de Hero para o ColecoVision era idêntica
à do Atari 2600, mas com gráficos superiores.
Jungle Hunt, produzido pela Atari, também foi
convertido para o console, com visual melhorado.
Montezuma's Revenge, uma grande aventura. E o segundo capítulo do popular Pitfall. 
Spy Hunter, em sua primeira aparição nos lares. Super Cobra, em mais uma conversão doméstica.
Time Pilot, o ótimo jogo de tiro dos arcades. Zaxxon, com belos gráficos pseudo-3D.
Antarctic Adventure, da Konami, que ficou famoso 
também nos computadores MSX. 
Uau, esse era Chuck Norris Superkicks, estrelando
o canastrão ator/lutador dos anos 80. 
James Bond 007, inspirado no filme "Os Diamantes
são eternos", sucesso da época. 
Rocky Super Action Boxing, estrelando nosso amigo
Rocky Balboa, interpretado por Sylvester Stallone. 
Smurf Rescue in Gargamel's Castle, estrelando
as criaturinhas azuis, amadas na década de 80.
Esse era o máximo que o ColecoVision podia fazer
para simular o esporte mais popular do mundo.
Star Wars: The Arcade Game Tarzan, lutando com Kong?

Mas nem só de bons jogos vivia o ColecoVision. O console foi o pioneiro ao anunciar uma expansão de hardware (que nunca foi lançada) e um adaptador para jogar os títulos disponíveis para o Atari 2600 (que motivou inúmeras ações judiciais feitas pela Atari, que não obtiveram sucesso). Inúmeros acessórios como volantes e diversos tipos de controles também foram lançados para o videogame.

O Super Game Module prometia revolucionar o mercado
de consoles, aumentando a capacidade gráfica do Coleco
Vision. Mas, infelizmente, o acessório nunca foi lançado...
Eis o adaptador para jogos do Atari 2600, que motivou
inúmeras ações judiciais da Atari. O interessante é que este 
acessório era vendido por US$ 60, enquanto o Atari 2600
custava US$ 100!!

O ColecoVision era um sucesso absoluto, e já tinha vendido 6 milhões de unidades em menos de 2 anos, mas, infelizmente, o "crash dos videogames de 1984" acabou por paralisar sua produção. Se não fosse por este pequeno detalhe, o console poderia ter sido o mais bem sucedido da década de 80, não dando espaço para a entrada do NES no mercado, no ano seguinte. O fracasso do computador ADAM, lançado pela Coleco em 1983, também contribuiu para a queda do console, endividando a companhia.

Hoje, os direitos da marca ColecoVision, ADAM e de seus jogos pertencem à Telegames, que comprou a maioria das ações da empresa em 1984. No Brasil, o ColecoVision foi produzido pela Microdigital, mas problemas legais atrapalharam sua popularização por aqui. 

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* Pegue um interessante vídeo mostrando uma propaganda do ColecoVision:

ColecoVision - Formato .Mov - 978 KB (cortesia do site http://www.commercial-archive.com)

** Duas curiosidades interessantes sobre o ColecoVision:

Quando começou a comercialização do console, a Universal Studios ameaçou entrar na justiça contra a Coleco e a Nintendo, pois Donkey Kong supostamente plagiaria seu clássico filme King Kong. A Coleco, evitando brigar com o gigantesco estúdio, aceitou dar 3% de todas as vendas do jogo para a Universal. A Nintendo não aceitou, e mais tarde, ganhou a ação na justiça contra a Universal.

Outro fator que chamou a atenção foi o preço que a Coleco pagou a Nintendo para obter os direitos de Donkey Kong: apenas US$ 250 mil. Em comparação, a Atari pagou 21 milhões para obter a licença do filme E.T., lançando aquele jogo horroroso para o 2600 que todos se lembram. Adivinhe qual foi o melhor negócio?