A História dos
Videogames - Parte 20
OUTUBRO DE 1987 - A GIGANTE DOS ELETRÔNICOS, A
NEC, ENTRA NO MERCADO DE VIDEOGAMES
O
que acontece quando uma companhia japonesa
de 24 bilhões de dólares entra no
mercado de videogames? Simples, ela produz
um dos consoles mais amados e bem sucedidos do
mercado japonês. Em 30 de Outubro de 1987 o PC
Engine foi lançado no Japão pela NEC com a
difícil tarefa de tentar superar o Nintendo Famicom
(NES no ocidente) em popularidade e vendas.
Graficamente, ele já estreava com um grande
feito, conseguindo ser bastante superior ao NES
e Master System em qualidade
visual. O console era equipado com
2 processadores de 8 bits, além de uma poderosa
placa de vídeo de 16 bits.
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Eis
o PC Engine, em toda sua intimidade. |
O Turbografx
16 era a versão americana do PC
Engine, e em Novembro de 1989 ele foi
lançado nos EUA. O PC Engine fez uma legião
de fãs no Japão e contava com uma imensa base
instalada, chegando a ser mais vendido e popular
do que o NES por lá. Mas o Turbografx 16 não
emplacou nos EUA devido a uma fraca campanha de
marketing feita pela NEC, à demora na conversão
dos ótimos jogos japoneses e à concorrência
predatória do Sega Genesis, lançado
no mesmo ano...

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Eis
o Turbografx 16, que apesar do nome, era
um console
de 8 bits (o mais poderoso do mercado).
Foi lançado em 1989
no mercado americano e nunca chegou ao
Brasil. Apesar do
hardware antigo, era capaz de mostrar 480
cores ao mesmo
tempo na tela, mais do que o concorrente
Sega Genesis. |
Vale lembrar que a
NEC não teria conseguido sucesso no Japão sem a
aliança da Hudson Soft, criadora dos
jogos baseados nos personagens Bomberman e Bonk,
dentre outros clássicos. O suporte ao PC
Engine só não foi maior devido ao
contrato de exclusividade que a Nintendo tinha com
as produtoras da época. Foi
realmente uma pena o Turbografx 16
não ter feito sucesso nos EUA, pois o console
japonês tinha uma excelente biblioteca de jogos não
disponíveis nos concorrentes. Abaixo, listamos alguns
clássicos lançados para ele:
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1943,
o clássico de tiro da Capcom. |
Batman,
um jogo legalzinho pacas. |
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Lode
Runner Battle, com características
multiplayer. |
Bonk's
Adventure, estrelando o mascote oficial da
NEC,
produzido pela Hudson Soft: a resposta
para
Mario e Sonic. |
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Bomberman,
talvez o jogo mais famoso e amado
da japonesa Hudson Soft, apareceu em
excelentes
versões
para o PC/Engine. Era um dos
"flagship
titles" do console, assim como Mario
e Zelda eram para o NES e
Sonic para o
Mega Drive. |
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Cadash |
E
Darius, 2 famosas séries da década de
80. |
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Doraemon,
estrelando o personagem
homônimo. |
E
Ninja Gaiden, famoso no NES. |
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Fomation
Soccer, da Human, era um futebol
bacana. |
F1
Circus também era joinha. |
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Um
console da década de 80 não pode viver
sem
Gradius, a famosa série de tiro da Konami. |
Para
contra-atacar, a Irem criou R-Type, que
apesar de
bem sucedido, ainda era inferior ao
concorrente. |
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Neutopia
era parecido com Zelda, e muito
bonitinho. |
E
Ghouls 'n' Ghosts, em ótima
conversão. |
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O
clássico Operation Wolf, para jogar com
pistola. |
E
até a Sega licenciou Out Run para o PC
Engine. |
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Street
Fighter II, de 1991, não podia faltar no
console. |
E
nem Shinobi, famoso nos fliperamas. |
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World
Tennis era o precursor da série Smash
Court,
da Namco, que fez sucesso no SNES e PSX. |
Super
Volleyball era mais uma opção de
esporte. |
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Tiger
Heli e... |
Turrican,
outras ótimas opções de jogos de
tiro. |
Também
foram lançados muitos acessórios para o
PC Engine/Turborgrafx 16 como controles,
pistolas, mouse e até mesmo expansões de
memória.
  
Acima, vemos o mouse
para o console, um sistema para transformá-lo em
Karaokê (bem popular no Japão) e a expansão
de memória de 128K, utilizada para incrementar
alguns jogos e enfrentar a ameaça do Mega Drive
no mercado japonês.
Mas, o mais importante
periférico foi o drive de
CD, que permitia ao console ler jogos em CD ROM (foi o primeiro
equipamento a
permitir isso, muito antes do Mega CD), além dos tradicionais cartuchos
em formato de cartão de crédito
(chamados de Hucards ou Turbochips). Mais tarde, a NEC lançou
uma versão chamada PC Engine Duo (Japão)
ou Turbo Duo (EUA),
que já vinha com o drive de CD incorporado e 128
KB de RAM.
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O
Turbo CD foi um dos acessórios mais
interessantes lançados na história dos
videogames. Além de aumentar a capacidade
de armazenamento dos jogos (que ficavam
mais bonitos e coloridos), o drive de CD
ROM era destacável, e podia ser usado em
qualquer aparelho de som para ouvir CD's
de música.
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O
Turbo Duo era nada mais nada menos do que
a versão híbrida do Turbografx 16
(cartuchos + CD ROM's). Tinha o mesmo
processador e características técnicas,
mas vinha com uma expansão de memória
para que as softhouses tirassem proveito
ao fazerem jogos em CD ROM. |
E foi aí que surgiram
também os Super CDs,
que vinham com um cartão de expansão de memória
para melhorar a qualidade do vídeo e diminuir os
tempos de acesso ao drive de apenas 1X. Muitos
jogos souberam tirar proveito da memória extra do
CD ROM para mostrar filminhos e principalmente,
para melhorar a qualidade das músicas durante a
jogatina. No Japão, o PC Engine
DUO foi muito bem suportado pelas produtoras:
 
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Exile: Wicked
Phenomenon, um dos mais aclamados jogos do
Turbo CD, convertido majestosamente para
o
mercado americano pela Working Designs. O
problema é que o público yankee não
gostava deste tipo de jogo.
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Ys
III: Wanderers from Ys, uma das melhores
séries de RPGs do planeta, que ganhou
mais dramaticidade
com a sua conversão para o Turbo Grafx 16
no formato CD ROM.
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Lords
of the Rising Sun, mais um dos excelentes
jogos
originais do computador AMIGA, foi
convertido para o
console da NEC em todo o seu esplendor.
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Blood Gear,
mais um excelente jogo de ação da
Hudson Soft com enredos e filminhos
tipicamente
japoneses.
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O
clássico de horror "B", It Came
from the Desert, da
Cinemaware, também apareceu em CD para o
Turbografx 16. |
Dracula
X, mais um episódio da excelente série
Castlevania da Konami, apareceu em CD para
Turbografx 16. |
No início da década de
90, a NEC e a Hudson Soft (principal produtora
para o PC Engine) chegaram até a formar uma
nova firma, chamada de Turbo Technologies
Incorporated, para aumentar ainda mais o suporte
ao console. Foram lançados no Japão o SuperGrafx
(versão turbinada do PC Engine
no qual foram feitos apenas 5 jogos) e o Arcade
Card (uma expansão de memória de 2 MB para
conversão de jogos de fliperama).

O esforço foi em vão, e o
PC Engine
/ Turbografx 16 desapareceram por
completo no início de 1995, tragados pelo sucesso do Genesis/Mega
Drive e do Super Famicom/Nintendo,
e o recente lançamento do Saturn e Playstation,
bem mais poderosos e com o suporte a jogos 3D.
Na mente dos
japoneses, o PC Engine deixou muita saudade
pela excelente biblioteca de títulos, fazendo sua
popularidade superar à do Famicom e do Mega
Drive. Já para os americanos, o Turbografx
16 não passou de uma aventura de uma
respeitada gigante japonesa dos eletrônicos,
graças aos jogos muito "cute" e
diferentes... Ele não seria páreo para o Genesis,
seus jogos de esporte e conversões de arcades de
ação.
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* Na salada de
nomes, modelos e upgrades pertinentes ao mundo PC
Engine, não podemos esquecer-nos do CoreGrafx,
que nada mais era do que uma versão econômica do
console original e
com saídas A/V. Os Coregrafx
I e II tinham desenho diferente, mas eram
totalmente compatíveis com o PC Engine:

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