A História dos Videogames - Parte 22


O PORTÁTIL DE MUITAS VIDAS

Para compensar a experiência muitas vezes insatisfatória e frustrante de se jogar em uma telinha pequena, e ainda por cima preto e branca, a Nintendo e diversas outras companhias lançaram dezenas de acessórios para o GameBoy, alguns abusando da alta tecnologia, outros muito peculiares, mas sempre tentando tornar a jogatina mais agradável e intrigante. 

Confira alguns acessórios clássicos para o portátil:

A câmera acoplada ao GameBoy foi um
interessante acessório, útil principalmente
para quem não tem nada o que fazer.
Esta horripilante criatura não é, ao contrário de nossas
primeiras impressões, um personagem de Pocket Monsters.
A foto mostra a cara de um guri digitalizada no GameBoy.

A GameBoy printer permite, como
o próprio nome diz, imprimir em
papel as telas capturadas com a
câmera.
Eis aqui um acessório raro,
lançado apenas no Japão. O
Workboy vinha com um teclado
que transformava o portátil em
uma agenda eletrônica.

Com este cartucho, você pode jogar em
seu Super Nintendo os maiores clássicos
do GameBoy, e ainda por cima, é possível
colori-los artificialmente. 
O Game Booster é um acessório fabricado
pela Datel, que permite jogar clássicos do
GameBoy em seu Playstation.

O Arcade Boy era um kit da
Konami para deixar o portátil
com cara de fliperama. Era
composto de um console com
joystick e uma lente para
aumentar as imagens do portátil.
O Bandai Fishing Sonar é uma
obra prima da tecnologia. O
flutuador deve ser mergulhado
na água, e quando um peixe
aparece, um aviso é emitido na
tela do GameBoy.

Com o decorrer dos anos, a demanda pelo portátil foi crescendo, e a Nintendo, atenta aos detalhes, lançou algumas versões diferentes (cosmeticamente) do GameBoy para agradar aos fãs.

O GameBoy Light tinha
uma luz (backlight) para
iluminar a tela no escuro.
Já o GameBoy clear, se
destacava por seu 
invólucro transparente.

O GameBoy pocket é
menor, mais fino e pesa
menos do que o original.
As diversas cores disponíveis para o
portátil contribuíram para sua popularização
entre as crianças e adolescentes.

Mas a grande novidade da Nintendo em relação ao seu portátil, foi o lançamento do GameBoy Color em 1998. Desta vez, era possível rodar jogos com até 52 cores sem truques. O processador também teve seu "clock"duplicado, e mais algumas outras pequenas modificações na parte gráfica foram adicionadas para dar sobrevida ao antigo aparelho. O GameBoy Color é totalmente compatível com os jogos feitos para o original.

O GameBoy Color é praticamente idêntico
ao GB Pocket. Ele traz um led indicativo
de energia e uma saída infravermelho
para 2 unidades trocarem dados entre si.
Os novos cartuchos e a memória RAM
do console também estão maiores.

A linha de jogos disponível para o GameBoy Color também é imensa, e recentemente, alguns lançamentos muito originais deram a cara no console. Aliás, o GameBoy Color é suportado por quase todas as produtoras do planeta hoje em dia, com exceção da Square (que se dedicou exclusivamente ao Playstation a partir de 1994), além de ter os ótimos jogos da Nintendo. Veja alguns clássicos:

Zelda: Link's Awakening DX foi o grande carro chefe do lançamento do GameBoy Color, 
e além das cores, trouxe novos cenários, inimigos e detalhes na jogabilidade. 
O durão Solid Snake apareceu novamente em Metal Gear Solid, um dos melhores
jogos do GameBoy Color, cortesia da Konami e do guru Hideo Kojima. 
Mario Golf mistura esporte com RPG de maneira magistral. 
Bata uma pelota com ISS para o portátil. Harvest Moon é bacana à beça também.

A história realmente ajudou a Nintendo. Devido ao mau desempenho do Nintendo 64 no Japão e Europa, quem segurou financeiramente a companhia foi o pequeno portátil. A Nintendo retribuiu enfeitando-o de novos jogos e acessórios. E em 1996 surgiu o fenômeno Pocket Monsters (Pokémon), um joguinho simples mas que levou 6 anos para ser desenvolvido, onde o usuário tinha de caçar, colecionar e crescer pequenos monstrinhos. O jogo foi o maior sucesso no oriente, desembarcou nos EUA em 1998 e desencadeou a "Póke-onda" de consumo presente hoje em todos os países do planeta. 

Pokémon virou desenho animado, mochila, lancheira, sapato, filme, série de TV e tudo o que sua imaginação puder devanear. Estima-se que o franchise tenha gerado mais de US$ 10 bilhões para a Nintendo em apenas 3 anos. Hoje em dia, ele é a propriedade intelectual mais valiosa da companhia, à frente até mesmo de Mario e Zelda. Abaixo, os jogos que desencadearam o fenômeno, todos eles lançados para o GameBoy:


Este é Pokemón Red/Blue, o jogo responsável pela febre de consumo envolvendo o 
pequeno portátil. Foi o título mais vendido do Japão por meses, a frente de clássicos 
do calibre de Final Fantasy, Mario 64, Sonic, Resident Evil, Gran Turismo e Tekken.

Este é Pokemón Silver/Gold, uma continuação oportunista que fez muito sucesso.  

Mais jogos apareceram: Pokémon Yellow... 

E Pokémon Tradind Cards.

O resto da história todos sabem: o GameBoy se tornou o console mais popular do século XX, alcançando a marca recorde de 130 milhões de unidades vendidas. Ele já entrou para o Guiness Book como o videogame mais duradouro e bem sucedido de todos os tempos. Em 2001, as vendas do portátil ainda continuam fortes em todo o mundo, e o suporte a ele também.  

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* O GameBoy Advance foi lançado em março de 2001 no Japão e em Junho nos EUA para suceder o GameBoy. Ele é totalmente compatível com os jogos do antigo portátil, e possui processador de 32 bits e tela mais larga. A Nintendo, apenas no primeiro ano, planeja vender mais de 25 milhões de consoles. O GameBoy Advance continua com praticamente o monopólio do mercado de portáteis, e é peça fundamental na estratégia de vendas do GameCube