A Microsoft está saindo do negócio de hardware para se concentrar naquilo que sabe fazer melhor: a produção e distribuição de software. Esta é a visão de Laura Fryer, produtora executiva que fez parte da equipe original do Xbox e trabalhou no Microsoft Game Studios por mais de duas décadas.
Hoje criadora de conteúdo no YouTube, Fryer compartilhou um vídeo no qual falou sobre o futuro do Xbox e como, na sua visão, a Microsoft gradualmente abandona o hardware para focar em software e distribuição.
“Na minha perspectiva, a estratégia do Xbox foi caótica”, diz Fryer no vídeo, enquanto analisa a parceria da Microsoft com a Asus, que delegou a esta última o trabalho de criar um portátil do Xbox. “Obviamente, como um dos membros fundadores da equipe do Xbox, não estou satisfeita com onde as coisas estão hoje. Não amo assistir todo o valor que ajudei a criar lentamente sendo corroído. Estou triste porque, da minha perspectiva, parece que o Xbox não deseja mais – ou literalmente não pode – vender hardware. Portanto, essa parceria (com a Asus) é sobre uma saída lenta do negócio de hardware completamente. Pessoalmente, acho que o hardware do Xbox está morto”.
“O plano parece ser apenas levar todo mundo ao Game Pass. E vamos ficar claros, ele tem muito valor. Acho que é por isso que eles decidiram cobrar US$ 80 por The Outer Worlds 2”, acrescentou a ex-Xbox.
Se essa estratégia pode dar frutos no curto prazo, Fryer se pergunta sobre a capacidade da Microsoft de renovar seu catálogo e alcançar novos jogadores: “Mas qual é o plano de longo prazo? Onde estão os novos sucessos? O que fará as pessoas ainda se importarem com o Xbox em 25 anos?”, questionou Fryer.
Desde o ano passado, a Microsoft intensificou uma estratégia de marketing multiplataforma que procura claramente desvalorizar o hardware do Xbox, enquanto informa que aparelhos como uma Smart TV, um tablet ou smartphone também “são um Xbox”, já que podem rodar jogos do sistema pela nuvem. Coincidência ou não, o hardware do Xbox Series X|S chegou a desaparecer do varejo em várias regiões, incluindo o Brasil, o que mostra que a Microsoft já não se preocupa tanto com o fluxo de vendas do hardware.