A Tencent respondeu ao processo movido pela Sony sobre plágio envolvendo Horizon e o jogo de ação e aventura Light of Motiram.
O processo iniciado em julho pela Sony acusa a Tencent de copiar Horizon após uma tentativa fracassada de licenciar a propriedade intelectual do jogo, e argumenta que Light of Motiram é uma cópia “tão descarada que o público a descreveu como ‘louca’, ‘insana’ e ‘sem vergonha’” quando o trailer do jogo foi revelado.
A Tencent agora apresentou sua resposta em uma moção de arquivamento, afirmando que a Sony “busca um monopólio inadmissível sobre as convenções do gênero” e suas alegações sobre a originalidade de Horizon são “surpreendentes”.
“A autora da ação, Sony, processou diversas empresas da Tencent — e dez réus não identificados — sobre o videogame inédito Light of Motiram, alegando que o jogo copia elementos do jogo Horizon Zero Dawn da Sony e seus derivados”, disse a Tencent.
“No fundo, o esforço da Sony não visa combater pirataria, plágio ou qualquer ameaça genuína à propriedade intelectual. É uma tentativa indevida de isolar um nicho bem conhecido da cultura popular e declará-lo domínio exclusivo da Sony”.
Enquanto a Sony afirma que Horizon Zero Dawn era “diferente de qualquer mundo fictício criado antes [ou] depois”, a Tencent diz que isso é “completamente contrariado” pela própria Guerrilla, apontando para um documentário de bastidores onde o diretor de arte Jan-Bart Van Beek admitiu que a premissa central do jogo foi inspirada pelo jogo Enslaved: Odyssey to the West, do estúdio britânico Ninja Theory. Na época, Van Beek chegou a alertar que o conceito era muito parecido e poderia causar problemas. “Não acho que deveríamos fazer isso; ele toca muito nesses outros pontos”. A Tencent lembra que a Sony inicialmente arquivou a ideia por esse motivo, mas depois decidiu continuar com o projeto sabendo muito bem que não era uma ideia original.
“Essa afirmação é surpreendente, pois é categoricamente contrariada pelos próprios desenvolvedores da Sony, sem mencionar o longo histórico de videogames com os mesmos elementos que a Sony busca monopolizar por meio deste processo”, disse a Tencent. “A denúncia da Sony ignora esses fatos de forma reveladora. Em vez disso, tenta transformar ingredientes onipresentes do gênero em ativos proprietários”.
“Ao processar por um projeto inédito que apenas emprega os mesmos clichês consagrados por dezenas de outros jogos lançados antes e depois de Horizon — como Enslaved, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Far Cry: Primal, Far Cry: New Dawn, Outer Wilds, Biomutant e muitos outros — a Sony busca um monopólio inadmissível sobre as convenções do gênero”.
Sobre o argumento da Sony de que a Tencent teria tentado licenciar Horizon sem sucesso, a empresa chinesa lembra em sua contestação que isso se deu na feira GDC em março de 2024, quando suas subsidiárias mostraram o protótipo de um jogo de Horizon para plataformas móveis, mas não houve acordo sobre os termos de licenciamento, nem foi exibido ou compartilhado qualquer material infrator.
“Nenhum executivo ou funcionário da Tencent Holdings esteve presente nesta reunião”, diz a Tencent. “Mas mesmo que a reunião de apresentação entre a Sony e outras entidades da Tencent pudesse de alguma forma ser atribuída à Tencent Holdings, a Sony não conseguiu demonstrar prima facie que quaisquer ações nesta reunião causaram danos à Sony”.
“Nada do que ocorreu na reunião de São Francisco — ou seja, uma solicitação de ‘licença de propriedade intelectual da Horizon’ — é considerado um ato de violação de direitos autorais ou de marca registrada”.
Além disso, a Tencent alegou que a Sony está tentando processar a empresa errada e, portanto, quer que o caso seja arquivado por motivos legais. Embora o processo da Sony seja contra a Tencent America, a Proxima Beta U.S. e a Tencent Holdings, Light of Motiram — de acordo com a resposta da Tencent — está sendo desenvolvido e publicado pela Polaris Quest/Aurora Studios, uma desenvolvedora que opera sob a Tencent Technology (Xangai) Co. Ltd, e pela Proxima Beta PTE Ltd, uma empresa em Singapura “que opera como ‘Tencent Games’ e/ou ‘Level Infinite'”.
“Nenhum dos réus citados desenvolve e comercializa o videogame Light of Motiram, que a Sony alega violar sua propriedade intelectual na franquia Horizon”, afirmou a Tencent.
“As alegações conclusivas e superficiais da Sony indevidamente agrupam esses réus com as empresas estrangeiras supostamente responsáveis pela conduta principal em questão. As alegações vagas da Sony contra a ‘Tencent’ ou os ‘réus’ geralmente não comprovam as alegações que ela faz contra a Tencent America, a Proxima Beta U.S. ou a Tencent Holdings especificamente”.
Por fim, a Tencent explica que Light of Motiram não será lançado antes do final de 2027, o que significa que o processo da Sony se baseia na aparência que o jogo “pode” ter antes mesmo de ser lançado.
