Após a Tencent se defender publicamente das acusações de plágio do jogo Light of Motiram, uma cópia bastante óbvia de Horizon Zero Dawn e sua sequência, a Sony retrucou hoje, atacando os argumentos da defesa da Tencent.
O imbróglio começou em novembro de 2024, quando a Tencent revelou o jogo de sobrevivência Light of Motiram, com cenários, personagens e animais robóticos muito parecidos com aqueles de Horizon. Apesar do próprio público ter manifestado choque com as semelhanças entre Light of Motiram e Horizon, a gigante chinesa persistiu e perseverou, abrindo a oportunidade para a Sony ir à justiça contra ela.
O processo da Sony contra a Tencent foi protocolado em julho passado, e em setembro, o grupo chinês respondeu às acusações públicas da Sony alegando que Horizon também é uma cópia de outras obras e ela é apenas a responsável pela publicação do jogo, mas não a autora.
Em um novo e contundente depoimento de 35 páginas obtido pelo site The Game Post, a fabriante do PlayStation acusa a Tencent de se esconder atrás de uma complexa rede de empresas de fachada para tentar escapar da justiça devido a um erro processual.
De fato, a Tencent argumentou que a Sony não deveria processar sua controladora, a Tencent Holdings, mas sim o estúdio de Light of Motiram, o Polaris Quest/Aurora Studios, com sede em Xangai. “Depois de nos forçar a registrar uma queixa, a Tencent está tentando se esquivar de suas responsabilidades, usando suas marcas registradas e entidades legais como fachada. […] A Tencent Holdings se descreve como proprietária de uma divisão de videogames que controla a Aurora Studios — o estúdio por trás da Light of Motiram. A Tencent Holdings detalha suas receitas e despesas aos acionistas sem nunca especificar a distribuição entre suas diversas subsidiárias. E o nome da Tencent é usado para promover seus produtos — como Light of Motiram — sem qualquer atenção aos estúdios responsáveis. Essa é uma prática comum na China, já que a NetEase Games também evita especificar os nomes de seus estúdios”.
Em suma, para a Sony, a empresa controladora deveria se responsabilizar pelo plágio perpetrado por seus subordinados. A empresa japonesa também acusa a Tencent de ter feito um truque grosseiro ao alterar significativamente a arte de Light of Motiram após a denúncia, removendo inclusive a imagem da protagonista, que também era um clone de Aloy, na página do Steam. O lançamento do jogo também foi adiado para 2027.
“A Tencent alega, notavelmente, que as alegações da SIE são infundadas porque — apesar de ter anunciado e promovido continuamente seu jogo por meses — a Tencent (supostamente) adiou o lançamento de Light of Motiram até 2027 após a SIE ter entrado com um processo”, afirmou a Sony em sua queixa. “Isso é um absurdo. O dano está feito — e continua”.
“Embora o público tenha expressado confusão e indignação ao descobrir que Light of Motiram é a cópia que é, a Tencent permaneceu inabalável. A Tencent continuou promovendo seu jogo infrator, apesar da objeção da SIE, e se recusou a assumir qualquer responsabilidade por sua conduta”.
A Sony também alega que a protagonista de Horizon, Aloy, é um símbolo do PlayStation e a “sósia” da Tencent é uma tentativa “flagrante” de capitalizar em cima da imagem da sua personagem.