Os defensores de um Xbox centrado em exclusividade terão que encarar o fato de que a Microsoft claramente não tem intenção de voltar atrás na estratégia multiplataforma. Em entrevista ao Mashable, a presidente do Xbox, Sarah Bond, reafirmou o compromisso da fabricante em prosseguir com sua estratégia multiplataforma, afirmando que o conceito de exclusividade agora é coisa do passado.
“Estamos realmente vendo as pessoas evoluírem muito além disso. Como se os maiores jogos do mundo estivessem disponíveis em todos os lugares. Você olha para Call of Duty, você olha para Minecraft, você olha para Fortnite, você olha para Roblox. Isso é o que realmente impulsiona a comunidade nos jogos. É onde as pessoas se reúnem. Elas têm experiências. E a ideia de restringir tudo a uma loja ou a um dispositivo é antiquada para a maioria das pessoas”, disse Bond. “Você quer poder jogar com seus amigos em qualquer lugar, independentemente do que eles estejam usando. E estamos realmente nos inclinando para isso com esta experiência, porque ela simplesmente abre outra maneira para você jogar. Assim como a nuvem, o PC, os consoles que todos nós possuímos e temos em nossa sala de estar”.
A declaração de Bond não é nenhuma surpresa, dada a reviravolta da Microsoft em relação aos exclusivos. A empresa tentou buscar exclusivos para seus consoles Xbox por cerca de quinze anos, chegando a fechar acordos caros com desenvolvedores japoneses para jogos como Ninja Gaiden, Lost Odyssey, Blue Dragon e Ace Combat 6. No entanto, esse esforço acabou perdendo força junto com a fraca produção de exclusivos do Xbox One.
Em 2016, a Microsoft começou a trazer todos os seus jogos exclusivos para PC com Windows, começando com Quantum Break, da Remedy. Foi o primeiro movimento de um plano que viria a se expandir nos anos seguintes, até que em 2024 foram anunciados os primeiros jogos de Xbox em consoles rivais como o PlayStation, da Sony, e o Switch, da Nintendo. A estratégia passou a focar no Xbox como uma plataforma de distribuição, sem fidelidade a um hardware específico, com qualquer aparelho capaz de exibir imagens e se conectar à internet sendo potencialmente “um Xbox”.