Os jogos digitais sempre tiveram sua história marcada por transformações rápidas, impulsionadas principalmente pela evolução dos elementos tecnológicos e, é claro, pelas mudanças no comportamento dos jogadores. Entre os movimentos mais perceptíveis, está o surgimento dos jogos “híbridos”, que misturam elementos de habilidade e sorte. Esse tipo de experiência acaba trazendo uma experiência única, diferenciada, capaz de misturar reflexos, timing e tomada de decisão com elementos aleatórios e cada vez mais imprevisíveis.
Neste contexto, de um lado estão jogos relativamente simples, mas muito populares, como Flappy Bird, que dependiam praticamente de forma exclusiva da habilidade do jogador. Do outro, estão nomes contemporâneos e modernos, como Aviator, que se tornou um verdadeiro fenômeno global ao unir apostas, habilidade e sorte. O caminho entre estes dois jogos mostra como o entretenimento digital mudou, especialmente durante a última década. Se você é um jogador, um apostador ou simplesmente um entusiasta sobre o tema, este artigo é para você.
O que estes jogos representam
Muito mais do que uma evolução técnica, comparar estes dois jogos é, também, falar de transformação cultural. A maneira como as pessoas jogam, competem, motivam e lidam com os riscos foi profundamente alterada. Entender essa evolução é, portanto, entender um pouco mais do espírito do nosso tempo. No caso de Flappy Bird, em seu lançamento ninguém imaginava que aquele jogo iria se tornar um grande fenômeno. Com gráficos discretos, trilha sonora sem grandes marcas e uma mecânica de jogo básica, o jogo conquistou milhões de jogadores em poucas semanas. Sua simplicidade, dificuldade e mérito individual, sustentavam sua popularidade. Não havia elementos robustos, complexos e cada ponto conquistado era, na verdade, fruto do desempenho do jogador. Assim, Flappy Bird se tornou um símbolo de uma era em que as habilidades ainda eram soberanas.
Nos anos seguintes, no entanto, o mercado de jogos móveis se expandiu (e muito). Os smartphones se tornaram mais potentes, a internet ficou mais rápida e assim, o público se diversificou e aumentou. Jogar deixou de ser algo restrito a gamers e passou a fazer parte da rotina das pessoas, a qualquer hora e em qualquer lugar. Com isso, também mudou a relação com a dificuldade. Hoje, muitos usuários passaram a preferir experiências mais rápidas, com recompensas imediatas. E, é neste contexto que os jogos que têm a sorte como elemento principal começaram a se misturar com os de habilidade. Afinal, o jogador não quer apenas provar que ele é bom no que faz, muito pelo contrário: ele quer, também, sentir a emoção de ganhar algo inesperado e testar a sorte.
Essa mudança trouxe impactos no comportamento dos jogadores e, é claro, dos desenvolvedores. Cada vez mais passaram a surgir jogos que combinam ambos os elementos: sorte e habilidades. Na prática, estes títulos são sobre estar no momento certo, na rodada certa e com os conhecimentos certos. Isso contribui para a criação de um tipo de engajamento diferente, pautado na habilidade, persistência e, é claro, expectativa e emoção em torno daquilo que é, de fato, imprevisível. Surgem e se popularizam, assim, os jogos híbridos, em que o jogador ainda participa ativamente, mas não é o responsável total pelos resultados e desfecho de cada partida.
A transformação dos jogadores
Títulos como Aviator, talvez um dos mais populares jogos híbridos, muitas vezes fazem os jogadores se sentirem ainda mais próximos. Muito além de jogar, o apostador se sente um verdadeiro espectador e tem a oportunidade de ver os resultados surgirem e as mudanças acontecerem – ou seja, consegue vibrar e torcer dentro de cada partida. Enquanto Flappy Bird é um jogo técnico, Aviator pode ser considerado um jogo de entretenimento, em que os jogadores sentem sentimentos como adrenalina, alívio, euforia e, é claro, alegria. Para o futuro a tendência é que os jogos se tornem cada vez mais sofisticados e condizentes com os comportamentos sociais, tendo uma trajetória cada vez mais linear e coerente de acordo com os desafios e contextos sociais.
Saímos de uma era em que os desafios técnicos acabaram dando espaço para experiências em que a emoção, a incerteza e as possibilidades de ganho ocuparam espaços de protagonismo. Enquanto Flappy Bird ensina que a persistência leva à vitória, Aviator ensina que a vitória pode vir a qualquer momento. Entre dois mundos tão distintos, os jogos híbridos viram verdadeiros fenômenos, alinhados com os tempos atuais: rápidos, imprevisíveis, intensos e, é claro, movidos pela emoção.