Um ano após o fiasco de Concord, a Sony afirma estar mais ágil ao identificar projetos que deram errado, limitando os prejuízos.
Em entrevista ao Financial Times, o CEO do Studio Business Group do PlayStation, Hermen Hulst, afirmou que a empresa vem adotando medidas que permitam identificar e tratar falhas no processo de desenvolvimento mais cedo, evitando situações como o lançamento traumático de Concord, que acabou sendo cancelado meras duas semanas após ser lançado. Analistas estimam que Concord custou mais de US$ 250 milhões para ser produzido.
Os comentários de Hulst se referem principalmente ao caso de Concord, mas podem servir também para Marathon e Fairgame$, dois projetos parecidos de jogo como serviço ao vivo que já deram sinais preocupantes.
No caso de Marathon, a Sony adiou o lançamento do jogo para 2026 após a má repercussão dos testes beta e acusações de plágio na direção artística do projeto. Já Fairgame$ sofreu enorme rejeição do público quando apresentou seu primeiro trailer e está sumido desde maio de 2023. Recentemente, foi noticiado que a líder deste último título, Jade Raymond, deixou o estúdio Haven — um claro indício de uma mudança maior nos planos, ou mesmo o cancelamento do jogo.
De acordo com Hulst, novas medidas foram implementadas no acompanhamento dos projetos do PlayStation para garantir que potenciais problemas sejam detectados com mais antecedência e prejuízos sejam limitados.
“Não quero que as equipes não corram riscos, mas gostaria que, quando falharmos, o fizéssemos cedo e com baixo custo”, disse o CEO dos estúdios do PlayStation.
As medidas implementadas incluem um processo de testes mais rigoroso e completo, com o objetivo de identificar potenciais problemas com antecedência. A supervisão inclui ainda maior foco em testes em grupo, incentivo para aprender com o que outros membros da família Sony estão fazendo e relações mais próximas entre os principais executivos.
“Implementamos testes muito mais rigorosos e frequentes de diversas maneiras. A vantagem de cada falha é que as pessoas agora entendem a necessidade dessa supervisão”, disse Hulst.
Além das medidas para mitigar riscos, a Sony parece ter implementado uma mudança na estratégia montada pelo ex-chefe do PlayStation, Jim Ryan — de lançar 10 ou mais jogos em serviços online até março do ano que vem. A Sony cancelou projetos como The Last of Us Online e outros que sequer foram anunciados.
“O número [de lançamentos em serviços online] não é tão importante. O que é importante para mim é ter um conjunto diversificado de experiências para os jogadores e um conjunto de comunidades”, explicou Hulst.
Recentemente, a CFO da Sony, Lin Tao, afirmou que a empresa aprenderá com as falhas nos jogos de serviço ao vivo, mas vê um saldo positivo neste segmento graças aos sucessos de Helldivers 2 e Gran Turismo 7.