O co-fundador da Blizzard e criador de Diablo, David Brevik, criticou os RPGs de ação modernos, especificamente a maneira como eles oferecem recompensas aos jogadores rapidamente e em excesso.
Brevik, que deixou a Blizzard em 2003 após criar Diablo e Diablo 2, disse em entrevista ao site Videogamer que o ritmo de Diablo 2 é “ótimo” porque leva mais tempo para o jogador subir de nível, enquanto os jogos modernos no estilo encurtam esse tempo e banalizam a sensação de conquista.
“Quando você encurta essa jornada e a torna meio ridícula, você barateia toda a experiência, na minha opinião”, disse Brevik, para o qual a graça de um RPG de ação “na verdade não é chegar ao fim, é a jornada”.
Os fãs antigos da série Diablo parecem concordar com Brevik e uma das críticas a Diablo 3 é que os jogadores podem atingir o nível máximo, 70, em questão de 3 a 4 horas, muito mais rápido do que em jogos anteriores da série.
As recompensas fáceis do jogos modernos não são restritas à mudança de nível e Brevik pondera que apesar de Diablo 1 e 2 terem hordas incessantes de inimigos e muito “loot”, este aspecto foi exagerado nos RPGs de ação mais recentes.
“Acho que os RPGs em geral começaram a se inclinar para isso: matar bandos de inimigos por todo lugar extremamente rápido. Seu personagem está matando todo tipo de coisa para que você possa obter mais itens, subir de nível e curtir, e a tela está cheia de coisas com as quais você não se importa”.
“Não acho isso tão pessoal e realista quanto Diablo 2”, explicou Brevik. “O ritmo de Diablo 2, eu acho, é ótimo. Essa é uma das razões pelas quais ele perdurou. Eu simplesmente não acho matar telas cheias de coisas instantaneamente e cortar coisas e andar pelo nível e matar tudo, muito atraente. Eu simplesmente não sinto que isso seja uma experiência legal. Eu acho meio bobo”.
Embora os comentários de Brevik apontem para os jogos modernos da série Diablo, eles também podem se aplicar a jogos como Path of Exile 2 e Lost Ark, que se inspiraram no clássico da Blizzard e hoje fazem muito sucesso.