A Electronic Arts está muito próxima de fechar um acordo para deixar o status de empresa de capital aberto e fazer um buyout (aquisição) privado, em uma transação que pode alcançar US$ 50 bilhões, de acordo com fontes do The Wall Street Journal.
A proposta envolve um consórcio de investidores, destacando-se o fundo de private equity Silver Lake e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (Public Investment Fund, PIF). Segundo fontes citadas pelo WSJ, o anúncio formal do negócio poderia ocorrer já na próxima semana.
A EA atualmente ostenta uma avaliação de mercado de cerca de US$ 43 bilhões. Caso o acordo avance com o valor projetado, seria o maior “leveraged buyout” (“compra alavancada”) da história — superando, em valor não ajustado pela inflação, a aquisição da TXU (empresa de utilidades texana) em 2007, que tinha sido de cerca de US$ 32 bilhões.
Grandes aquisições alavancadas eram comuns até a crise financeira de 2008–2009, mas tornaram-se bem menos frequentes desde então. A trajetória recente mostrou que muitas dessas operações enfrentaram dificuldades quando vieram à tona choques macroeconômicos ou quedas de demanda.
Para a EA, porém, há drivers estratégicos fortes para essa reestruturação, como controle maior sobre decisões de longo prazo, sem a pressão trimestral do mercado de ações; maior flexibilidade para realizar aquisições, investimentos em tecnologia ou transformações internas e redução de vulnerabilidades às oscilações do mercado e à volatilidade na precificação das ações.
Apesar das muitas vantagens potenciais, a operação carrega desafios relevantes, como endividamento elevado, já que um buyout desse porte normalmente envolve alavancagem significativa, o que aumenta o risco financeiro caso as receitas da empresa não correspondam às expectativas. Pelo lado dos investidores — especialmente fundos de private equity —, haveria também expectativa de retornos robustos, o que poderá gerar pressão por cortes de custo ou decisões agressivas em curto prazo.
Questões regulatórias e aprovações também podem ser empecilhos e o acordo poderá esbarrar em exigências antitruste ou condicionantes setoriais. O negócio também dependeria do consentimento de acionistas minoritários e alguns investidores podem considerar o preço oferecido insuficiente e contestar o negócio, o que pode atrasar ou inviabilizar a operação.
Atualmente, as negociações ainda estão em curso, e os termos finais (incluindo o preço por ação) estão sendo debatidos pelas partes.
A Electronic Arts está próxima de lançar Battlefield 6, um jogo que vem cercado de enorme expectativa do público e do mercado financeiro após a boa repercussão do teste beta recente, que já refletiu positivamente nas ações da empresa. Imediatamente após a publicação da notícia pelo WSJ, as ações da empresa subiram cerca e 15%.