Funcionários franceses da Ubisoft foram instados a entrar em greve por três dias em outubro em protesto contra uma nova exigência de trabalho presencial por três dias da semana.
A convocação para a greve, que não poderia vir em momento menos oportuno para a Ubisoft, foi feito pelo sindicato francês de trabalhadores de videogame, o STJV (Syndicat des Travailleurs et Travailleuses du Jeu Vidéo). Eles pedem que os trabalhadores parem entre os dias 15 e 17 em defesa do trabalho totalmente remoto, como instituído há alguns anos.
Na semana passada, a Ubisoft anunciou que todos os seus 19.000 funcionários em todo o mundo precisarão trabalhar no escritório três dias por semana, ficando em casa nos outros dois, em um sistema híbrido que tem se tornado mais comum nas empresas de tecnologia.
Segudo o STJV, a mudança para o modelo híbrido acontece “sem nenhuma justificativa tangível ou qualquer consulta com os representantes dos trabalhadores”.
“Após mais de cinco anos trabalhando eficientemente no atual contexto de trabalho remoto, muitos de nossos colegas construíram ou reconstruíram suas vidas (vida familiar, moradia, paternidade, etc.) e simplesmente não conseguem retornar às condições de trabalho anteriores”, diz o sindicato em um comunicado obtido pelo site GamesIndustry.biz.
“Nosso empregador sabe disso perfeitamente bem. A consequência de sua decisão será a perda dos empregos de nossos colegas, a desorganização de muitos projetos de jogos e o aumento drástico dos riscos psicossociais para aqueles que permanecerem”.
A ameaça de greve ocorre em um momento conturbado para a Ubisoft e coloca ainda mais pressão sobre seus executivos. Ontem, a editora admitiu que Star Wars Outlaws vendeu menos que o previsto e Assassin’s Creed Shadows estava sendo adiado para 2025, em uma tentativa de evitar um novo fiasco comercial. A empresa também iniciou uma revisão interna para tentar corrigir o rumo após uma série de jogos mal sucedidos.