Afetada pela rodada de demissões da Microsoft em julho, com 200 pessoas sendo dispensadas, a King, produtora de Candy Crush, agora exige que seus funcionários usem IA diariamente.
De acordo com o site MobileGamer.biz, os funcionários do estúdio receberam uma ordem da Microsoft para usar inteligência artificial para tarefas gerais. A medida teria sido implementada há algum tempo e em 2024 o objetivo era ter “70 ou 80% de uso diário de IA”. Esse objetivo foi elevado a 100% para 2025, o que significa que “todo artista, designer, desenvolvedor e até gerentes precisam usá-lo” diariamente, segundo as fontes do site.
Na ocasião das demissões em massa de julho, um memorando interno revelou que o estúdio iria “desbloquear” mais ferramentas de IA para produtividade “e que muitos funcionários serão” substituídos pelas ferramentas de IA que construíram e treinaram”. O uso das ferramentas de IA seria extensivo, e incluiria narrativa, testes e design de fases.
Apesar da imposição da regra pela Microsoft, uma fonte disse ao Mobile Gamer que “a adoção da IA é muito baixa, além do Chatgpt” e que mesmo a liderança de King é cética em relação ao papel da IA no estúdio.
Além das demissões, os funcionários descrevem uma atmosfera ruim na produtora: seus comentários sobre a empresa agora são rastreáveis (sem anonimato), gerentes tóxicos são protegidos apesar das repetidas investigações, e o departamento de recursos humanos parece mais preocupado em silenciar vozes críticas do que em resolver problemas subjacentes. “O RH é de fato um fiasco completo, cheio de pessoas incompetentes protegendo o status quo de uma liderança igualmente incompetente”, diz um funcionário.
Várias fontes internas acreditam que a força de trabalho da King continua “superinflacionada” e que novas ondas de demissões são inevitáveis. Para os funcionários restantes, a perspectiva é clara: eles terão que trabalhar sob as restrições da IA, em um clima minado pela desconfiança.