O engenheiro de software Brian Birgmingham, um veterano da Blizzard com 17 anos de serviços, deixou a empresa devido a um controverso sistema de avaliação imposto pelos executivos do grupo Activision Blizzard King.
Segundo reportagem da Bloomberg, Birmingham, deixou a empresa por conta de sua oposição ao método de avaliação de equipe de “classificação de pilha”.
O método de classificação de pilha exige que os gerentes classifiquem a equipe em uma curva, sendo necessário determinar os 5% menos produtivos e dar a estes a classificação “em desenvolvimento”. Consequentemente, os funcionários que acabam recebendo a pior avaliação perderiam o dinheiro do bônus de participação nos lucros e teriam menos probabilidade de serem considerados para promoção como resultado.
Birmingham alega que foi forçado a rebaixar a classificação de um funcionário de “bem-sucedido” para “em desenvolvimento” apenas para atender a uma cota, uma demanda que contribuiu para a decisão de Birmingham de renunciar.
“Quando os líderes de equipe perguntaram por que tínhamos que fazer isso, os diretores do World of Warcraft explicaram que, embora não concordassem, as razões dadas pela liderança executiva foram que era importante espremer os piores desempenhos como forma de garantir que todos continuassem a crescer”, justificou o engenheiro em um email para a equipe.
“Esse tipo de política incentiva a competição entre os funcionários, a sabotagem do trabalho uns dos outros, o desejo de que as pessoas encontrem equipes de baixo desempenho nas quais possam ser os funcionários com melhor desempenho e, por fim, corrói a confiança e destrói a criatividade”.
“Se essa política puder ser revertida, talvez minha Blizzard ainda possa ser salva e, nesse caso, eu adoraria continuar trabalhando lá. Se esta política não puder ser revertida, então a Blizzard Entertainment para a qual quero trabalhar não existe mais e terei que encontrar outro lugar para trabalhar”.
Após a publicação da reportagem, Birmingham continuou o assunto pelo Twitter e confirmou as informações da Bloomberg, embora tenha alegado que não foi procurado durante a redação da matéria.
“Nós, da Blizzard, recuamos bastante em 2021 e eu realmente acreditava que revertemos a política de cotas de desenvolvimento. Quando o processo de assédio sexual foi revelado no final daquele ano, também vimos algumas mudanças e sentimos que poderíamos causar um impacto nas políticas da ABK”.
“A percepção de que ainda há uma cota mínima para ’em desenvolvimento’, apesar de nossas objeções e cartas severas, me leva a acreditar que estava operando sob uma ilusão. Espero que a cultura positiva da Blizzard possa superar o veneno do ABK, mas ainda não está conseguindo. Então, tendo explicado tudo isso, não guardo má vontade em relação aos meus ex-colegas da Blizzard Entertainment. A Blizzard que eu conhecia e para a qual sempre quis trabalhar está sendo destruída pelos executivos da ABK, e isso me deixa triste. Eu realmente respeito os desenvolvedores com quem trabalhei na Blizzard”.
“Ainda vou jogar os jogos da Blizzard; os desenvolvedores da Blizzard ainda são incríveis. Dragonflight e Wrath of the Lich King Classic são joias. Dragon Riding é incrível em Dragonflight, assim como o ataque de Ulduar e as novas Titan Rune Dungeons em Wrath of the Lich King. Mas a ABK é uma empresa controladora problemática. Eles nos colocaram sob pressão para entregar as duas expansões mais cedo. É profundamente injusto seguir isso privando os funcionários que trabalharam nelas de sua parte justa nos lucros. A equipe ABK deveria ter vergonha de si mesma”.
I can't tell you whether to boycott Blizzard games or not. How best to express your displeasure is up to you. As I said above: I won't boycott. But I can't participate in a policy that lets ABK steal money from deserving employees, and I can't be made to lie about it either.
— Brian Birmingham? (@BrianBirming) January 24, 2023