Discreto desde sua saída do Tango Gameworks, Shinji Mikami falou pela primeira vez sobre as circunstâncias da fundação de seu novo estúdio, o Kamuy.
Embora tenha sido o fundador do Tango Gameworks, ao qual cedeu seu prestígio, permitindo que o estúdio se envolvesse em produções AAA desde sempre, Mikami revelou que sua liderança não durou muito tempo e ele passou a ser “mais um funcionário” do estúdio.
“Fui CEO apenas por seis meses. Acho que muitas pessoas achavam que eu era o representante, mas não estava longe de ser apenas mais um funcionário. Eu tinha o título de produtor, mas não era executivo nem nada parecido”, revelou Mikami em uma conversa com o canal Byking.
O “rebaixamento” de Mikami se deu logo após ele fundar o Tango em março de 2010, quando em dificuldades financeiras ele concordou em vender o estúdio para a ZeniMax Media, o que o tornou o primeiro estúdio japonês da Bethesda em outubro do mesmo ano. Mais precisamente, a Tango passou a se chamar ZeniMax Asia, subsidiária do grupo fundado inicialmente em janeiro de 2008 para distribuir e promover os jogos da Bethesda na Ásia, mas a unidade de desenvolvimento de Mikami teve autorização de se identificar pela marca Tango Gameworks.
Surpreendentemente, Mikami conta que pensava em deixar a Tango Gameworks há mais de 8 anos, prazo que só adiou por sentido de responsabilidade para com os projetos importantes do estúdio, como The Evil Within, The Evil Within 2, Ghostwire Tokyo e Hi-Fi Rush. Entre as principais motivações para a sua saída, o veterano de 58 anos menciona o desejo de cultivar um ambiente que permitisse aos jovens criadores ganhar experiência através de ciclos de produção mais curtos. E é este o objetivo de seu novo estúdio Kamuy, que não terá ambições AAA mas sim atuará como um criador de jogos mais originais e de orçamentos modestos.
Shinji Mikami também comentou que quer se afastar do gênero de terror de sobrevivência ao qual esteve associado durante grande parte de sua carreira.