As ações da Ubisoft despencaram quase 20% no início do mercado nesta quinta-feira, repercutindo a notícia do adiamento de Assassin’s Creed Shadows anunciado ontem pela empresa.
No momento da publicação desta notícia, a ação da Ubisoft é negociada a 9,4 euros, o menor valor em mais de dez anos, e a desvalorização em um ano é de impressionantes 68%.
Embora adiamentos sejam fatos corriqueiros na indústria de jogos, o de Assassin’s Creed Shadows acontece em um contexto mais delicado para a Ubisoft. A empresa acumula fiascos comerciais desde o lançamento de Avatar: Frontiers of Pandora no ano passado e este ano já amargou o constrangimento de Skull and Bones, o primeiro jogo “AAAA”, segundo definição do CEO Yves Guillemot, e vendas decepcionantes de Prince of Persia: The Lost Crown, apesar de elogios da crítica, XDefiant e especialmente Star Wars Outlaws. Este último foi alvo da maior campanha de marketing da Ubisoft em todos os tempos, mas teria vendido menos de um milhão de unidades, segundo estimativas não-oficiais.
O adiamento abrupto de Assassin’s Creed Shadows (o jogo seria lançado em menos de dois meses) denota a falta de confiança da Ubisoft no jogo, que já conta com grande antipatia de boa parte do público por causa da agenda política de diversidade que tem sido empurrada pela produtora nos últimos anos. Neste caso, o protagonista “samurai negro de importância histórica” tem sido o principal alvo das queixas, mas não o único. A Ubisoft também é criticada por reciclar uma fórmula de jogo em mundo aberto à exaustão, criando jogos que parecem sair do mesmo molde, mesmo pertencendo a séries diferentes.
Em uma mensagem a acionistas divulgada ontem, o CEO Yves Guillemot chegou a abordar o assunto da militância “woke” na empresa, dizendo que a Ubisoft não segue uma agenda ideológica e está focada apenas em criar bons jogos para o público.
Assassin’s Creed Shadows tentará provar seu valor em 14 de fevereiro de 2025, quando será lançado no PC, PS5 e Xbox Series X|S.