As demissões de 220 funcionários anunciadas ontem pela Bungie teriam sido o resultado de falsas promessas feitas pela produtora durante sua negociação com a Sony, que pagou US$ 3,6 bilhões pela criadora de Destiny em 2022. Isto é o que dizem pessoas ligadas ao estúdio, que teriam detalhado a situação ao jornalista Stephen Totilo.
Segundo as fontes do jornalista, a liderança da Bungie “exagerou as perspectivas financeiras do estúdio” para a Sony durante as negociações. Na época do anúncio do negócio, o valor de US$ 3,6 bilhões pelo estúdio provocou surpresa geral entre analistas e pessoas familiares com o mercado, uma vez que se tratava de um único estúdio, com um único produto (Destiny) e que já não vivia seu auge de popularidade.
Especulou-se, na ocasião, que a Bungie seria uma compra estratégica da Sony para maximizar suas chances no mercado de jogos como serviço, uma vez que ela passaria a contar não apenas com um jogo do tipo GaaS (jogo de serviço) bem sucedido em seu portfólio como teria acesso ao know-how da Bungie para orientar toda sua estratégia neste segmento.
Passados dois anos, o mercado dos jogos de serviço ao vivo parece cada vez mais impenetrável e arriscado, e Destiny 2 definitivamente passou de seu apogeu e não consegue o mesmo engajamento de outrora, apesar da boa recepção da expansão mais recente, The Final Shape.
Pessoas familiares com os assuntos da Bungie teriam revelado a Totilo que o estúdio tem perdido repetidamente as metas financeiras prometidas à Sony e está operando no vermelho desde o lançamento da expansão Lightfall para Destiny 2 em 2023.
Neste contexto, as demissões anunciadas ontem já eram planejadas há muito tempo e não dependiam do desempenho da expansão de Destiny 2 deste ano, The Final Shape. A liderança da Bungie saberia desde o ano passado que os cortes na equipe seriam necessários para “mostrar aos executivos da Sony que [a empresa] estava levando suas finanças a sério”, sob risco do estúdio perder sua autonomia e acabar sendo absorvido pela Sony, caso continuasse a falhar no cumprimento das metas.
Essas revelações estão de acordo com o que outras fontes comentaram ao site IGN no ano passado, que noticiou o descontentamento dos funcionários da Bungie e queixas sobre um clima “destruidor de almas” no estúdio.
As fontes de Totilo dizem que os funcionários da Bungie têm pouca animosidade pela Sony e atribuem a culpa à gerência da Bungie, que prometeu metas financeiras que não eram razoáveis durante a negociação para a venda do estúdio em 2022. O CEO da Bungie, Pete Parsons, tem sido o principal alvo das críticas após o anúncio das demissões ontem.