Se para os fãs de Dragon Age os problemas de Dragon Age: The Veilguard relacionados à jogabilidade, personagens e histórias parecem óbvios, para o CEO da Electronic Arts, Andrew Wilson, o que impediu o sucesso do RPG foi outra coisa: o fato dele não ter características de jogo de serviço.
O diagnóstico de Wilson foi compartilhado a investidores na noite de ontem, após a EA apresentar números decepcionantes de vendas de EA Sports FC 25 e constatar o fracasso comercial de Dragon Age: The Veilguard, que não vendeu sequer a metade do que a editora almejava.
“Para se destacar além do público principal, os jogos precisam se conectar diretamente à crescente demanda de jogadores que buscam cada vez mais recursos de mundo compartilhados e envolvimento mais profundo junto com narrativas de alta qualidade nesta categoria amada”, disse Wilson.
“Dragon Age teve um lançamento de alta qualidade e foi bem avaliado pelos críticos e por aqueles que jogaram. No entanto, não repercutiu com um público amplo o suficiente neste mercado altamente competitivo”, concluiu o executivo.
Curiosamente, o novo Dragon Age começou a ser desenvolvido como um jogo de serviço cheio de micro-transações, porém a BioWare conseguiu convencer os executivos da EA sobre a impopularidade desses sistemas com o público tradicional e o projeto pôde mudar seu foco para uma experiência “single-player”, tendo como argumento o sucesso de Star Wars Jedi: Fallen Order, outra experiência para um jogador. Aparentemente a EA só não previu a radicalização ideológica em curso na BioWare e o que a liderança criativa de designers “não-binários” estava planejando para o jogo.
Hoje a Electronic Arts obtém 74% de sua receita (ou US$ 5,45 bilhões) de seus jogos como serviço, de acordo com seu último relatório financeiro. Como resultado, para Andrew Wilson, o fracasso comercial de Dragon Age: The Veilguard tem apenas uma explicação plausível: faltaram o multiplayer e as micro-transações.
Em todo caso, a posição de Wilson confirma o desejo de se distanciar dos jogadores originais de Dragon Age para “abrir” a franquia para outros territórios. Resta saber qual será a direção da empresa para Mass Effect 5, que é o único e talvez o último jogo em produção na BioWare.