Novos detalhes sobre o desenvolvimento de Concord dão uma ideia mais precisa do tamanho do fracasso do jogo que, se não for o maior fiasco em termos de prejuízo financeiro da história dos videogames, é certamente o mais chocante.
Uma fonte que participou do desenvolvimento foi ouvida pelo jornalista Colin Moriarty, do podcast Sacred Symbols, e revelou a ele que o desenvolvimento de Concord teria custado nada menos que US$ 400 milhões. O valor astronômico condiz com o tempo de desenvolvimento (desde 2016) e tamanho da equipe (cerca de 170 pessoas), que está instalada em Bellevue, Washington, onde os salários costumam ser os mais altos do mundo. E também reflete a ambição da Sony e confiança da equipe, que chamava o projeto internamente de “o futuro do PlayStation”.
“O Futuro do PlayStation” e com “potencial semelhante ao de Star Wars” era o jogo que a equipe do diretor Ryan Ellis, ex-Bungie, pensava que estava criando. Este otimismo, que Moriarty chama de “cultura de positividade tóxica” chegava ao ponto de impedir a auto-crítica dentro do Firewalk Studios, que ignorava qualquer feedback negativo e seguia seguro que estava criando algo capaz de ser replicado ao infinito com novas histórias sendo criadas e lançadas regularmente. Até mesmo um episódio de TV da Amazon Prime já estava pronto antes mesmo do jogo ser lançado.
Não foi um delírio apenas do Firewalk Studios. Em 2023, quando Concord atingiu a fase alfa de desenvolvimento e o Firewalk havia consumido US$ 200 milhões do orçamento, a Sony teria dobrado a aposta no projeto, comprando o estúdio e injetando outros US$ 200 milhões para aprimorar o jogo. Nesta fase, a fonte de Moriarty diz que a condição do jogo ainda era precária e o que havia era não mais que um MVP (produto mínimo viável), sem monetização e sem um fluxo bem definido de conteúdos a serem ofertados.
Segundo estimativas não-oficiais, Concord teria vendido apenas 25.000 cópias no PC e PlayStation 5. O certo é que a Sony não teve um centavo sequer de retorno, já que fez o reembolso integral do valor do jogo aos compradores duas semanas após o lançamento, quando desligou os servidores, apagou o jogo das lojas e faz parecer que o vexame jamais existiu.