Battlefield V voltou a ser discutido pelo prisma político, e não pela qualidade do jogo, após o Wall Street Journal noticiar que as reservas no período de pré-venda estariam “fracas”.
Segundo um relatório da consultoria Cowen, as pré-encomendas de Battlefield V têm sido “fracas”, possivelmente devido ao seu posicionamento de lançamento entre os pesos pesados Call of Duty: Black Ops 4 e Red Dead Redemption 2.
Mas diferente de TitanFall 2, que foi canibalizado por Call of Duty: Infinite Warfare e Battlefield 1 em 2016, Battlefield V deveria ser uma marca mais forte, capaz de sustentar boas vendas no concorrido mês de outubro, independente do peso de seus concorrentes. Isto, somado à enorme controvérsia criada pelo primeiro trailer, que apresentou uma mulher como protagonista no cenário da Segunda Guerra Mundial, fez com que muitos questionassem se a rejeição ao jogo não estaria relacionado à agenda política de esquerda da EA e a rejeição de boa parte do público a ela.
Battlefield 1, lançado em outubro de 2016, foi um enorme sucesso e atraiu mais de 25 milhões de jogadores. O jogo foi bem recebido desde o trailer de estreia, que mostrava a volta ao cenário de uma guerra antiga em oposição ao desgastado tema militar moderno do rival Call of Duty. Mas o humor de boa parte do público mudou desde que Battlefield V revelou sua protagonista feminina, o que seria não apenas uma concessão exagerada à ficção como uma desgastante tentativa de impor uma agenda política.
Coincidentemente ou não, a EA anunciou na semana passada que o principal executivo por trás de Battlefield V, o Chief Design Officer Patrick Soderlund, estava deixando a empresa. Soderlund foi quem, no auge da polêmica sobre o trailer com a protagonista feminina, botou lenha na fogueira com uma declaração agressiva, na qual questionava o estudo de quem reclamava de uma mulher como protagonista na Segunda Guerra Mundial e sugeria aos insatisfeitos que simplesmente não comprassem o jogo.
Um suposto comentário da filha do executivo também ligou o alerta nos críticos, que já estariam acostumados a diálogos forjados envolvendo questionamentos de crianças sobre assuntos políticos. “Sentimos como no mundo de hoje – eu tenho uma filha de 13 anos que quando o trailer saiu e ela viu todas as críticas, me perguntou: ‘Pai, por que isso está acontecendo?’. Ela joga Fortnite e me diz: ‘Eu posso ser uma garota em Fortnite. Por que as pessoas estão tão chateadas com isso?’. Ela olhou para mim e não entendeu, e eu, como pai, como diabos eu vou responder a isso? Eu apenas disse: ‘Sabe de uma coisa? Você está certa. Isso não está certo'”, contou Soderlund na ocasião.
A EA não comentou a notícia sobre a pré-venda fraca de Battlefield V, nem revelou os motivos para a saída de Soderlund, que era um veterano na empresa, com mais de 15 anos de serviços prestados.
Battlefield V terá seu teste definitivo com o público quando chegar às lojas no dia 11 de outubro.