O chairman dos estúdios mundiais da Sony, Shawn Layden, esclareceu a polêmica decisão da empresa de não participar da E3 este ano.
Falando à CNet, Layden explicou que a maior e mais tradicional feira de jogos do mundo se tornou irrelevante diante da possibilidade de ter eventos mais focados e em datas mais convenientes, e o público hoje se informa pela internet 24 horas por dia, 7 dias por semana, não sendo mais necessário um grande evento para eles.
“Agora temos um evento em fevereiro chamado Destination PlayStation, onde trazemos todos os varejistas e parceiros para ouvir nossos planos do ano”, disse Layden. “Eles estão fazendo discussões de compras em fevereiro. Junho, agora, ficou tarde demais para ter uma discussão de Natal com os varejistas. Então, o varejo realmente saiu [da E3]. E os jornalistas agora, com a internet e o fato de que 24 horas por dia, sete dias por semana, há notícias sobre os jogos, perderam o impacto sobre isso”.
“Então a feira se tornou uma feira sem muita atividade comercial. O mundo mudou, mas a E3 não mudou necessariamente com isso”.
Layden também revelou que a Sony está planejando produzir menos jogos, mas maiores, a partir de agora, e isso não combina com o espetáculo que as pessoas esperam da E3. “Nós sentimos como se tocássemos a campainha e as pessoas aparecessem aqui aos montes, e essas pessoas têm uma expectativa: ‘Ah, elas vão nos dizer alguma coisa'”.
Os comentários de Layden condizem com a reação do público às duas últimas apresentações da Sony na E3, que foram consideradas insossas e pobres em anúncios.
Mas a postura da empresa em relação à E3 pode ser revista eventualmente, se o evento mudar seu foco. Layden diz que a Sony quer conversar sobre o que a E3 se tornará no futuro, sugerindo que o evento vire algo como a Comic-Con, que é mais focada no consumidor e na experiência presencial.
“Estamos progredindo na conversa sobre como transformar a E3 para ser mais relevante”, disse ele. “A E3 pode se transformar mais em um festival de fãs de jogos, onde não nos reunimos para lançar uma nova bomba? Não pode ser apenas uma celebração de jogos e ter painéis onde trazemos desenvolvedores de jogos mais perto dos fãs?”, questionou o executivo.
Deve ser por falta de jogos exclusivos como era antes, e não apenas da própria Sony, mas de desenvolvedoras parceiras. Os jogos AAA são lançados pra todas as plataformas, Video Game e PC, e essa geração teve muito ‘remaster’, deve ser por isso ele diz : “…A E3 pode se transformar mais em um festival de fãs de jogos, onde não nos reunimos para lançar uma nova bomba? Não pode ser apenas uma celebração de jogos?…” O Playstation se tornou mais um aparelho pra concorrer com outras plataformas. Falando o óbvio, na época do Play2, PSP e Play3 a Sony dominou os lançamentos de jogos, até que o Xbox e PC começarem a rodar jogos com qualidade igual e muitas vezes superior e os lançamentos passaram a ser multiplataforma. Essa E3 vai ter mais lançamentos de hardwares otimizados para jogos e ainda temos os celulares evoluindo consideravelmente, se a Sony não abrir o olho, acho que vai ter problemas maiores com o Playstation.