A criadora da série Uncharted, Amy Hennig, ofereceu uma opinião franca e realista sobre o cancelamento do projeto de Star Wars que conduzia na EA e sua consequente demissão.
Falando no evento Gamelab em Barcelona, Hennig abordou o tema do fim dos jogos AAA para um jogador e disse entender a decisão da EA de não assumir riscos neste segmento.
No final do ano passado, o projeto de um jogo de aventura single-player ambientado no universo Star Wars, do qual Hennig participava como escritora, foi cancelado pela EA. Na ocasião, foi comentado que o cancelamento fora motivado por mudanças no mercado e o desinteresse do público por experiências lineares.
“Eu não culpo a EA por aquela decisão, por mais que tenha sido difícil pessoalmente para mim”, disse Hennig durante a conversa no Gamelab. “Eu entendo o desafio”.
Para ela, produções caras focadas na experiência para um jogador, como eram Uncharted e a maioria dos grandes jogos até alguns anos atrás, se tornaram riscos enormes em um mercado onde títulos online como PUBG, Fornite, League of Legends, Destiny e Overwatch já ocupam o interesse do público. As experiências solitárias poderiam, na opinião dela, sobreviver como jogos menores e mais curtos, vendidos a preços também menores.
“Temos que abordar isso de maneiras diferentes. Eu acho que significa portfólios de jogos em diferentes níveis de preço que nos permitem fazer mais do que apenas clones de PUBG e Fortnite e Destiny”.
Apesar de muitos terem sentenciado o fim dos jogos AAA single-player, a Sony é uma das poucas que ainda pensam diferente e continuam investindo em títulos com essas características. Hennig disse admirar esta postura de sua ex-empregadora.
“Deus abençoe a Sony por apoiar esses tipos de jogos, porque eles são assustadores de se fazer. Eles são muito caros e não combinam com o modelo de ter um enorme mundo aberto ou horas e horas de jogo ou de executar um serviço online, que é o que todo mundo está tentando fazer hoje em dia”, disse ela.